
Foto: Tiago Mendes
O mundo passou por uma reconfiguração. Após três anos de pandemia de Covid-19 e uma guerra entre Rússia e Ucrânia foi necessário entender a nova ordem mundial e onde o Brasil está dentro dela. O Congresso Brasil Competitivo 2022, realizado na última quinta-feira, 8, em São Paulo, apontou sintonia de perspectivas entre os setores privado e público, com exposições de ideias e trocas de experiências em keynotes e painéis. O encontro, promovido pelo Movimento Brasil Competitivo (MBC), reuniu representantes do setor produtivo, do terceiro setor, além de parlamentares e governadores. O diretor executivo do MBC, Romeu Neto, fez apresentação do Congresso.
Com o tema O Brasil e a nova ordem mundial, os convidados falaram sobre o que esperar da economia nacional e internacional nos próximos anos, e como a agenda de propostas contida no documento 12 Compromissos Para Um Brasil Competitivo, elaborado pelo MBC e a Frente Parlamentar pelo Brasil Competitivo, será importante para reduzir o Custo Brasil e fazer com que o país acelere a trajetória rumo ao desenvolvimento, de maneira justa, sustentável e inclusiva.
“O Congresso do MBC acontece há 19 anos, com o foco de discutir ideais para termos um país mais competitivo, que assim crie condições para a equidade social. Essa é a crença genuína e para qual o MBC existe”, destacou Rogério Caiuby, conselheiro executivo do MBC.
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, participou da abertura do evento compartilhando a situação do seu estado, desde o início do seu mandato em 2018, até as expectativas para os próximos quatro anos. Ele chamou atenção para a importância da realização de reformas estruturantes, especialmente, a tributária e a administrativa, para a concretização de práticas eficientes de governança.
“A situação do estado de Minas Gerais era precária, mas diminuímos os gastos e junto com os secretários estamos reconstruindo Minas. Desde o ano passado equilibramos as contas e conseguimos voltar a investir em educação, saúde, rodovias, e a cuidar do povo mineiro. Tudo isso foi construído a quatro mãos, com apoio de entidades e nesse caminho que iremos continuar, nosso cenário é muito promissor”, afirmou.
Também participou da abertura do evento o governador eleito do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, que mencionou que o estado gaúcho estava numa situação parecida com o de Minas. Um dos pontos defendidos por ele também está contemplado na agenda dos 12 compromissos. Segundo Leite, há uma urgência de fazer o Estado funcionar de maneira mais simples, sem que a burocracia em diversas áreas emperre o desenvolvimento.
“Nosso estado vivia uma crise nas contas e politicamente tínhamos dificuldade de enfrentar temas polêmicos. Na abertura do ano legislativo em 2018, com o auditório da assembleia lotado, chamei a atenção dos deputados que considerassem a voz dos presentes, sem esquecer o silêncio de todos que não estavam ali. Em defesa do coletivo com uma base sólida conseguimos iniciar mudanças profundas no estado. E isso passa pelo interesse legitimo da iniciativa privada, para alavancar investimentos que melhoram a vida da população”, comentou Leite.
Contrapondo os demais governadores, Renato Casagrande (PSB), apresentou o cenário positivo do estado do Espírito Santo. “Somos um estado pequeno, que aprendeu as com as dificuldades. E hoje temos nota máxima em gestão fiscal, o que nos permite investir em estrutura, educação e ações sociais aumentando assim nossa competitividade”, destacou Casagrande.
O governador do Espírito Santo destacou a importância de eventos como o Congresso promovido pelo MBC e defendeu o debate de alternativas para um Brasil melhor. “Essas discussões realizadas aqui são de extrema importância para manter a sinergia entre os setores público e privado, além da sociedade civil. Assim, cada ente pode se organizar e conseguir maior capacidade de investimentos, boas práticas de governança e ideias inteligentes que devem ser replicadas”, afirmou.
Luiz de Mello, diretor do Departamento de Estudos Políticos de Economia da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), foi um dos convidados do Congresso. Ele coordena equipes de estudos de políticas, fomentando a concepção e implementação de análises e políticas que promovam crescimento econômico mais forte, justo e inclusivo nos países membros e parceiros. No evento, Mello destacou que o Brasil passa por um momento oportuno, porque o mundo tem demandado produtos e tecnologias nos quais o país leva vantagem competitiva, como as matrizes energéticas e boas práticas na área da agricultura. “Isso é bom para a sustentabilidade, para a eficiência e para a distribuição também porque gera ofertas de trabalho de melhor qualidade”, afirmou Mello.
O evento debateu temas relevantes para o cenário atual como a educação para a competitividade, a Economia Verde e o futuro do país, e o potencial da transformação digital, e ainda foi palco para o lançamento da pesquisa “Transformação digital, produtividade e crescimento econômico”, desenvolvida pelo Movimento Brasil Competitivo (MBC) com parceria técnica da Fundação Getúlio Vargas (FGV). “O estudo contribui com as organizações públicas e privadas para nortear os investimentos e assim assegurar ganhos competitivos” refletiu Tatiana Ribeiro, diretora executiva do Movimento Brasil Competitivo.
Jorge Gerdau, presidente do Conselho Superior do Movimento Brasil Competitivo, usou sua fala para reafirmar a educação de base como principal ferramenta de competitividade. “Nosso maior desafio está na educação, não é possível ser competitivo sem resolver o problema do analfabeto funcional. Apenas com a educação conseguiremos nos fortalecer enquanto potência produtiva e assim mitigar os desajustes da nossa estrutura social”, finalizou.
Durante os três painéis de debates realizados participaram autoridades e executivos com atuações relevantes para o Brasil: Roberto Rodrigues, ex-ministro da Agricultura, Luiz Fernando Furlan, ex-ministro da Indústria, Comércio e Serviços; Ricardo Sennes, diretor da Prospectiva; Chicão Bulhões, secretário de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Simplificação do Rio de Janeiro, Luana Ozemela, vice-Presidente de Educação, Inclusão e Sustentabilidade do IFood; Glaucio Neves, da Macroplan, Fabio Galindo, CEO da Future Carbon Group, Rogério Zampronha, CEO da Prumo, e Guilherme Xavier da Oliver Wyman.
E evento foi finalizado pelo deputado federal e presidente da Frente Parlamentar pelo Brasil Competitivo, Alexis Fonteyne. “Tivemos avanços importantes nos últimos anos, não há como negar. Mas ainda estamos muito distantes daquilo que queremos. A Frente foi criada para combater o Custo Brasil, melhorar o ambiente de negócios, aprimorar a competividade do país e das nossas empresas”, ressaltou Fonteyne, anunciando que o deputado Arnaldo Jardim, também presente no evento, aceitou o convite para ser o próximo presidente da Frente.
Assessoria de Comunicação do MBC
>> Assista ao vídeo da abertura
>> Assista ao vídeo do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite
>> Assissta ao vídeo do governador de Minas Gerais, Romeu Zema